Um mar de nada, luzindo turquesa em eterna canção. Duas sombras, tão gémeas do céu ou do vento, sobre o espelho fulgente de areias em decrescente ebulição trilham um caminho sem fim. Vestígio após vestígio, garça alguma neles lerá a denúncia do rumo traçado no sal do instante.
Um perfume de nardo imiscuído em sândalo e canela de cetim, um polvilho salgado sobre a maior frescura do sopro poente. Os olhos anseiam evaporar-se num incêndio de luz, mas querer é demasiado quando tudo é o perfeito acorde do vazio. Por isso cintila, tão magnífica e pura, a solidão do voo duma gaivota, a rocha aberta ao eterno movimento da onda que aceita a sua morte.
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