quarta-feira, 30 de março de 2022

Sem amor

 

Viver sem amor
É como não ter para onde ir
Em nenhum lugar
Encontrar casa ou mundo

É contemplar o não-acontecer
O lugar onde tudo já não é
Onde tudo se transforma
No recinto
De onde tudo se mudou

Sem amor andamos errantes
De nós mesmos desconhecidos

Descobrimos que nunca se tem ninguém
Além de nós próprios
E nem isso se tem

Autor Ana Hatherly
(in A Neo-Penélope, & Etc, 2007) Ver menos
Imagem : Andrew Wyeth

3 comentários:

brancas nuvens negras disse...

Bem descrita essa realidade.
Bom Dia.
Um abraço.

Cidália Ferreira disse...

Um poema belo, nostálgico... Adorei :)
*
A inocência, em voz sentida

Beijos. Boa tarde!

Paula Saraiva disse...

Gostei bastante. Beijinhos