terça-feira, 4 de junho de 2019

O tradutor de silêncios

nunca escrevi 
sou 

apenas um tradutor de silêncios. 
a vida 

tatuou-me nos olhos 
janelas em que me transcrevo e apago 

sou um soldado 
que se apaixona 
pelo inimigo que vai matar. 

Autor : Mia Couto 
in Raiz de orvalho, Caminho, 1999

1 comentário:

Larissa Santos disse...

Bonito poema :))

Hoje:-Por vezes existem dias sem cor.

Bjos
Votos de uma óptima terça - Feira.