sábado, 26 de maio de 2018

Pouco tempo para alinhavar

Sean Mundy


Pouco tenho para alinhavar.
Dizer-te que estou longe
não apaga esta ausência que,
inelutavelmente,
nos distanciou.

Cercam-nos muros de silêncio
opresso.
A própria hera não ousa
na despudorada nudez branca
de paredes que interditam

a fantasia ao forasteiro
voraz.
O gesto tolhido,
o pretexto adiado
e a memória a estiolar.

Autor : Eduardo Pitta

1 comentário:

Larissa Santos disse...

Poema lindo demais:))

Hoje, do Gil António, que por motivos de trabalho não pode, por enquanto, visitar-vos:
Amor nas entrelinhas do coração.

Bjos
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