Christine Ellger
Na fogueira dos dias ardidos em que a cidade desmaia
Anuncia-se incerta uma luminosidade vespertina -
Destino sem rosto bem definido ainda...
Subtis prenúncios se levantam na combustão das palavras
Esventradas e nos latidos de cinza sobrevoando
A noite como meteoritos de uma galáxia
Entretanto extinta...
O espectáculo porventura reluz e predomina
Numa embriaguez que os sentidos recolhem
Como lantejoulas de enganos no vazio exaurido
De títeres sem rosto quais vampiros de um insaciável
Sangue que lhes turba a voz e lhes empalidece a
fronte...
Nada porém está escrito que os homens não possam.
Nem as entranhas das aves são labirinto de secretas.
Fórmulas que apenas alguns decifram...
Nem o poder. Nem o tempo...
O dia e a noite seguem seu ritmo.
E respiramos. E no alvoroço das palavras reinventadas
Ateamos o fogo solar e o fulgor dos dias claros...
Nada está escrito!...
Autor : Manuel Veiga
http://relogiodependulo.blogspot.pt/
1 comentário:
~~~
~ Muito interessante
a poética telúrica e exaltante de Manuel Veiga.
~ Modo muito belo
de dizer e afirmar, que não acredita no destino.
~~~ Beijo amigo. ~~~~~~~~~~~~
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