domingo, 28 de outubro de 2012

Divagação



Tu vais ter sempre o teu mundo tão próprio, tão pessoal, tão secreto e intransponível que mesmo por ser tão misterioso, nunca mais me vai atrair.

 Posso mudar de cidade, de rotinas até de país, e, não será por isso que vou compreender a tua filosofia de vida.

Não vou!

 Mas, também já nem me afecta muito.

 Cansei de viver uma vida que não era a minha, mas a tua, e mesmo assim saber que não valeu a pena. Eu era uma actriz que apenas contracenava para um espectador.

Por vezes ainda choro e quero acreditar que foi apenas uma fase que passou.

 Um dia vou voltar para um lugar onde o mar seja mais azul e a praia mais amarela.

 Por vezes, ainda me doem os ossos e por vezes ainda sinto o meu corpo em chamas.

 E talvez em algum lugar alguém me espere, mesmo que não seja tu.

Autor : BeatriceM
Foto . UM

6 comentários:

Luna disse...

uma coisa eu sei, mesmo que no momento seja dorido, quando uma porta se fecha é porque há outra para se abrir.
beijinhos

A M disse...

Há momentos maus e momentos bons, teimamos em lembrar os maus momentos,ou aqueles que fazem doer....

Pintor de Palavras disse...

…É divagando que encontramos as ondas que nos embalam num novo sonho …

Mar Arável disse...

Estou a ver

da minha escarpa

Bjs

Manuel Veiga disse...

um belo exercício de "fingimento"...

(o poeta é um fingidor, como sabemos)

beijo

almaro disse...

doem-me, talvez os olhos, (ossos do sentir?)

talvez o mar que perdeu as gaivotas no marulhar dos sentidos...

doi-me este teatro de sombras, que me envolve na ensónia das noites que se fingem ausentes do espelho que se estilhaça no sal das lágrimas,
e no entanto vou,
todas as manhas para o lugar dos passos que me desenham o futuro...

( plavras que me fugiram ao ler este teu texto , Beatrice)