era tarde. tão tarde. uma última bebida, tão tarde. uma última bebida disseste.
tão cedo - lá fora.
fiquei a olhar-te.
da janela vi as ondas, no mar. além.
uma última bebida.
e foi a última de todas as últimas.
tanto tempo.
e nunca mais te vi.
e nunca mais te senti.
e nunca mais bebi.
a última de todas as últimas bebidas.
Autor : Beatrice
Foto: janikowski
Aqui estão as minhas escolhas do que considero melhor em Poesia,Prosa Poética e Fotografia. Domingo é dia de trabalhos de minha autoria.
domingo, 9 de outubro de 2011
domingo, 2 de outubro de 2011
....

Despi as máscaras
Fiquei nu,
Deambulei calçadas...
Tão indecoroso me notei,
Caminhos irregulares percorri
Dores expostas, escondidas á mostra...
Apesar de titubeante debrucei-me no chão.
Pouco a pouco desamamentei os medos.
Sujei com as lágrimas das palavras, a vida.
Num dado instante
Não fui eu quem falou,
Aliás, terei sido eu? Eu...?
Depravei em farsas
.
Autor :£ou¢o Ðe £Î§ßoa http://loucodelisboa.blogspot.com/
Foto:The Professor
domingo, 25 de setembro de 2011
Intuiçoes
O amor cegou-me os olhos da razão, por isso
caminho alegremente para o futuro.
caminho alegremente para o futuro.
Quando o amor não é contemporâneo, só
a um, doi a despedida.
.
a um, doi a despedida.
.
domingo, 18 de setembro de 2011
Palavra inóspita
Talvez o caos seja apenas a rosácea
Antes do fogo que os dedos tecem no cinzel
E a pedra a absurda permanência da forma
Em si fechada...
Talvez a poalha do tempo fecunde novas cidades
E as ínfimas coisas se ordenem e expludam
Como corolas em delírios de cristal...
Talvez a vontade dos homens seja excesso
E rasgue as veias das galáxias
E o surdo rugir do mundo inunde a consciência
Dos escravos...
Talvez a Palavra seja inóspita
E os hinos sejam derrocada das muralhas...
.
Autor : Heretico http://relogiodependulo.blogspot.com/
Foto: Paddinka
Antes do fogo que os dedos tecem no cinzel
E a pedra a absurda permanência da forma
Em si fechada...
Talvez a poalha do tempo fecunde novas cidades
E as ínfimas coisas se ordenem e expludam
Como corolas em delírios de cristal...
Talvez a vontade dos homens seja excesso
E rasgue as veias das galáxias
E o surdo rugir do mundo inunde a consciência
Dos escravos...
Talvez a Palavra seja inóspita
E os hinos sejam derrocada das muralhas...
.
Autor : Heretico http://relogiodependulo.blogspot.com/
Foto: Paddinka
domingo, 11 de setembro de 2011
O Verão
Estás no verão,
num fio de repousada água, nos espelhos perdidos sobre
a duna.
Estás em mim,
nas obscuras algas do meu nome e à beira do nome
pensas:
teria sido fogo, teria sido ouro e todavia é pó,
sepultada rosa do desejo, um homem entre as mágoas.
És o esplendor do dia,
os metais incandescentes de cada dia.
Deitas-te no azul onde te contemplo e deitada reconheces
o ardor das maçãs,
as claras noções do pecado.
Ouve a canção dos jovens amantes nas altas colinas dos
meus anos.
Quando me deixas, o sol encerra as suas pérolas, os
rituais que previ.
Uma colmeia explode no sonho, as palmeiras estão em
ti e inclinam-se.
Bebo, na clausura das tuas fontes, uma sede antiquíssima.
Doce e cruel é setembro.
Dolorosamente cego, fechado sobre a tua boca.
Autor :José Agostinho Baptista
In Paixão e Cinzas (1992)
Foto: The Professo
domingo, 4 de setembro de 2011
domingo, 28 de agosto de 2011
Ao largo...e tão perto
Chegas
em ondas de rebentação,
com afagos,
afogas-me,
no mastro erguido
iças-te
desnudando caminhos
por onde as mãos
desfazem nós
de cabos
que outras marés
não dobraram
e sem palavras
abeiras-te da boca…
fundeio,
afundo-me,
ancorado em ti.
. em ondas de rebentação,
com afagos,
afogas-me,
no mastro erguido
iças-te
desnudando caminhos
por onde as mãos
desfazem nós
de cabos
que outras marés
não dobraram
e sem palavras
abeiras-te da boca…
fundeio,
afundo-me,
ancorado em ti.
Autor : Caminheiro http://www.calcadasentimentos.blogspot.com/
Foto:komarek66
domingo, 21 de agosto de 2011
noite e margens
Nas orlas da noite – margens em mim
Tenho todos os segredos – em nós
Guardo no ventre a seiva – e afogo-me
Luxúria dos corpos - em rios
Nas escarpas das certezas – de perigos
E somos dois – entrelaçados
domingo, 14 de agosto de 2011
Ressurgimento
Passei o dia triste meu amor...
Foi um domingo inteiro de agonia.
Tudo empalidecera em mi derredor,
ficou a latejar a dor sombria!
Que doloroso e cálido sabor,
nos lábios me abrasava todo o dia!
Sentia ter bebido a própria dor,
dor imprecisa, negra nostalgia...
No silêncio do morno entardecer,
bebi a angústia que me fez sofrer,
e se fundiu em pranto, diluída...
E agora, amor, a minha angústia acalma,
purificada na dor, a minha alma,
vai ressurgir de novo para a vida!
Autor :Judith Teixeira
Mês dos Cravos – Sol-Posto
1920
Foto:Graça Loureiro
domingo, 7 de agosto de 2011
Poema Kitsh
Tu és o meu veneno e o meu vício
uma forma de estar fora de mim
sem ti o que era espera faz-se ofício
a vontade de te ter noite sem fim
esse tu não estares um breve indício
de flores morrendo no jardim.
Há um sítio em mim por habitar
casa para sempre em construção
há traves altos andaimes pelo ar
estaleiro abandonado junto ao chão
onde antes se julgava que era o mar
não há vagas nem marés nem barcos vão.
Se a hora de chegares fica esquecida
não mais posso esperar tua presença
o que antes era corpo tornou ferida
tudo o mais reduto de indiferença
pois onde agora a sombra estava a vida
onde antes a luz a noite imensa.
domingo, 31 de julho de 2011
Caminho pelo lado da rebentação
Caminho pelo lado da rebentação das ondas ―
o litoral guarda segredo dos meus passos entre
as redes de sal trazidas pelos barcos
e o labirinto das algas ainda agora oferecidas
à praia. Sinto-me à mercê das falésias a riscar
o teu nome na areia; e é como se lentamente
pronunciasse um chamamento triste a que ninguém
acode. Fez-se tarde para os lamentos das sereias:
agora as marés dobam novelos de espuma à roda
dos meus pés, as águas já não transportam
a minha voz, a perder-se sobre as dunas
que os ventos vão desbastando devagar
ao cair da noite. Tenho sempre medo que não voltes.
o litoral guarda segredo dos meus passos entre
as redes de sal trazidas pelos barcos
e o labirinto das algas ainda agora oferecidas
à praia. Sinto-me à mercê das falésias a riscar
o teu nome na areia; e é como se lentamente
pronunciasse um chamamento triste a que ninguém
acode. Fez-se tarde para os lamentos das sereias:
agora as marés dobam novelos de espuma à roda
dos meus pés, as águas já não transportam
a minha voz, a perder-se sobre as dunas
que os ventos vão desbastando devagar
ao cair da noite. Tenho sempre medo que não voltes.
Foto:meyy
domingo, 24 de julho de 2011
quedas
caiu uma folha,
(morta?),,,colorida,
semente-lágrima
de vida.
reza em vão
marulhos de uma oração,
de um ciclo que não finda…
caiu uma folha,
mão-arado,
sangrada por chuva-dorida,
caiu uma folha
sozinha,,,no chão…
(morta?),,,colorida,
semente-lágrima
de vida.
reza em vão
marulhos de uma oração,
de um ciclo que não finda…
caiu uma folha,
mão-arado,
sangrada por chuva-dorida,
caiu uma folha
sozinha,,,no chão…
domingo, 17 de julho de 2011
onde a luz se ateia
Desde as últimas pétalas
que não te via neste martão breve
solidária
pelo tempo fora
Reconheci-te peregrina
pelo ressoar das águas
Trazias referências inscritas
nas asas
uma espécie de destino
memórias incumpridas
sem palavras nem repouso
à descoberta de uma pausa
na fissura das escarpas
Gostei de te ver
no cimo dos meus olhos
onde a luz se ateia.
.
Autor :http://mararavel.blogspot.com/
domingo, 10 de julho de 2011
domingo, 3 de julho de 2011
Sarça
toco-te l(E)tra
discreta sobre a blusa
como transparência
do sol mordendo-te
a teta...
de encontro à meta
o gesto da roupa solta...
macio o tempo da demora:
corpo aberto como prado!...
bravios potros
como amoras na boca!...
urgência dos beijos
como faca...
( línguas e segredos
o vinho e o mosto
do teus lábios...)
aberta no fio da curva
secreta a vulva
como sarça!...
.
Autor :Senador
Foto:loghan
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