segunda-feira, 9 de maio de 2016

Há tardes assim

Danielle Richard

Há tardes assim. Uma ou outra tarde em que
a brisa se solta das teias do tempo e flui serena
nas margens de um rio como quem caminha
devagar. Muito devagar, ao encontro do aconchego

de uns braços – os teus. Um calor que nasce na tua
pele e se propaga nessa brisa como uma folha
que dança nas costas de um vento brando e pousa
depois no leito doce de um açude, que a beija

e acolhe como uma ninfa. Quero ser folha e dançar
no teu peito, ser a brisa solta que te enlaça e sentir
os teus lábios desenharem as linhas do meu corpo – tal
e qual os flancos beijados por um sal doce além-mar.

Autor : Carla Pais

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