terça-feira, 19 de agosto de 2008

mareantes na tua face de eremita


Sabemos que não há esquecimento que afogue o nosso beijo, tão distante e ansiado, que ainda não foi dado. Sabemos do livre e fácil emergir no mar dos nossos gestos, a remar até à praia do nosso contentamento. E também sabemos, que em ti, na luz do teu rosto, eu saberia ocultar-me de mim mesmo, estilhaçar grilhetas solitárias e sermos num abraço, suave como penas, dois corpos num só corpo no tempo quedo apenas. Mas espanta comigo o desalento, porque ambos sabemos que há mais ensejos que marés ou mareantes na tua face de eremita.

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Autor:NilsonBarcelli
30/agosto/2005
Foto:GaudimM

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