domingo, 1 de janeiro de 2012

Falei de ti



Falei de ti com as palavras mais limpas

Viajei, sem que soubesses, no teu interior.
Fiz-me degrau para pisares, mesa para comeres,

tropeçavas em mim e eu era uma sombra
ali posta para não reparares em mim.



Andei pelas praças anunciando o teu nome,
chamei-te barco, flor, incêndio, madrugada.
Em tudo o mais usei da parcimónia
a que me forçava aquele ardor exclusivo.


Hoje os versos são para entenderes.
Reparto contigo um óleo inesgotável
que trouxe escondido aceso na minha lâmpada
brilhando, sem que soubesses, por tudo o que fazias.


Autor,Fernando Assis Pacheco

4 comentários:

Mar Arável disse...

Excelente

Grato pela partilha

mfc disse...

Um poema de uma ternura imensa, que aquele homem possuía de uma forma tão característica!

Que em 2012 possas concretizar muitos dos teus projectos e que ele venha bem menos farrusco do que o pintam.
Um grande abraço!

Manuel Veiga disse...

o "velho" FAP por aqui! que bom...

beijo

Anónimo disse...

Muito bom continue, bj