quarta-feira, 31 de maio de 2023

Ausência


À sombra da tua ausência
Repouso os meus olhos
Fechados, inertes
Vagueiam por mim
Procurando destroços
Em que despertes,
De repente…

Sei-te ausente,
- Mesmo…
Sei que não posso
esperar-te
- De todo…
Mas este vício
De aguardar-te
Prende-me como lama,
Lodo
Atrofiante, espesso…

E como nódoa
Entranhada
Permaneces como gesso
Colado à parede
Do meu afecto
Qual vinagre
Na minha sede
Qual erro
De tudo
Quanto em mim
Está certo…

Autor: de Virgínia do Carmo
Imagem Anna Heiumkreiter

2 comentários:

brancas nuvens negras disse...

Difícil aceitar a ausência de quem se estima.

Cidália Ferreira disse...

Um excelente poema!! :)
.
Felizes das Crianças...
.
Beijo, e um excelente dia!