domingo, 29 de janeiro de 2023

Sempre soube quem eras,


Sempre soube quem eras, embora a razão se contraísse em mim cega e surda.

Eu sentia-me como um cão escorraçado, e tu sabias entrar no meu olhar, e as palavras para comigo eram como um afago que matava a sede a quem sempre a tivera por saciar.

Sempre soube quem eras.

Uma presença que era apenas uma sombra e que apenas fazia sol quando dele necessitava.

Uma ilusão incandescente, quem em mim vivia, mas, só em mim.

Fizeste-me bem, muito bem, na mesma simetria que mal, muito mal.

Mas, existe o tempo para mitigar os nossos erros e com eles aprender algo.

Sempre soube quem eras.

Por isso, vou sem queixas, apenas deixo a quimera se desvanecer.

Na tarde.

E fecho os olhos para o sol não me encandear.

Afinal !

Quem nunca viveu uma quimera aquiescida?

Autor : BeatriceM. 2023-01-29

3 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

POEMA BRILHANTE ... FASCINANTE DE LER
.
Domingo feliz
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos

Cidália Ferreira disse...

Uma prosa poética sublime. Obrigada
.
Nesta timidez onde me encontro...
.
Beijos
Bom Domingo!

brancas nuvens negras disse...

O que nos leva a aceitar aquilo ou aquele que sabemos ser negativo? Que fenómeno se passa com a nossa lucidez?