
Nossa memória sempre foi a memória
dos monstros  nosso enigmático testamento 
de altas labaredas sempre foi 
o caminho 
devastado pelo sangue pela circuncisa memória 
dos mortos pelo perfil 
dos astros — nossa colorida volúpia 
sempre foi dos monstros 
a mais  crua linguagem húmida fuga 
desolada 
através do tempo através do medo 
de não sermos belos de não sabermos 
esculpir na cinza o sopro 
de  tanta luz tão prostituída — 
Autor:Casimiro de Brito, in "Negação da Morte"
Foto:Koval
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