quarta-feira, 6 de abril de 2016

Morrer de amor é assim

Jack Vettriano

Quem morre de tempo certo
ao cabo de um certo tempo
é a rosa do deserto
que tem raízes no vento.

Qual a medida de um verso
que fale do meu amor?
Não me chega o universo
porque o meu verso é maior.

Morrer de amor é assim
como uma causa perdida.
Eu sei, e falo por mim,
vou morrer cheio de vida.

Digo-te adeus, vou-me embora,
que os versos que eu te escrever
nunca os lerás, sei agora
que nunca aprendeste a ler.

Neste dia que se enquadra
no tempo que vai passar,
termino mais esta quadra
feita ao gosto popular.

Autor : Joaquim Pessoa
in "Ano Comum"



2 comentários:

Manuel Veiga disse...

em jeito de fado - vadio!

beijo

O Puma disse...

A morte não existe
para os que não deixamos morrer