segunda-feira, 13 de setembro de 2010

nesse tempo



nesse tempo, deus existia ainda
e tudo quanto era frágil respirava
loucamente

no bar da escola,
as bandas tocavam
para os cleptomaníacos do coração

nas traseiras do ginásio,
treinavam-se beijos à serpente
e cigarros orientais

os rapazes cresciam
com olhos prateados
e duros totens de carne

debaixo das saias das raparigas
havia flores rasgadas
e sonhos de cavalos bravos

forever young, só o vento
— e as revoluções do amor
que beijo a beijo atraiçoávamos


Autor:João de Mancelos de oficina de poesia,nr. 3 junho 2004, Coimbra

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