terça-feira, 1 de outubro de 2024

Dança

Procuro no escuro as elevações e o delírio,
mas é a tua voz que me leva
ao fogo.
Atravesso a floresta e o mistério,
o sol mais bravo da noite.
Os teus cabelos ardem
sob a eternidade das minhas mãos.
Uma gaivota grita no silêncio das sombras.
O teu corpo ondula numa viagem
que me leva num barco de água branca
como se em cada setembro
dos teus murmúrios voltasses
com todas as rosas da madrugada
e uma gota de chuva
em cada unha.
Só no fim dos mais violentos relâmpagos
regresso dos teus olhos
nu e inocente como uma criança.

Autor : Eduardo Bettencourt Pinto
Imagem :Richard Calmes

1 comentário:

Cidália Ferreira disse...

O Poema é maravilhoso, mas a imagem é qualquer coisa! Amei :)
.
A Rapidez do tempo...
Beijos. Votos de uma boa semana e um Outubro positivo!