terça-feira, 20 de dezembro de 2022

A Nocturna Vigilia do Pranto Oculto das Sombras

 


As sombras invadem um mundo como hordas semblantes
Povoam abandonados espaços
Apossam-se na escuridão da escuridão da luz errante

Em taciturno caos avultam-se decrépitas figuras
Silhuetas de destituídos contornos
Esbatidas no retraçar de um símbolo inscrito em infinitos círculos

Cingidas, as sombras agigantam-se, inclinam-se sobre o corpo, abatem-se sobre a face
É íngreme o caminho conducente à ascensão
A nocturna vigília do pranto oculto das sombras

As sombras apoderam-se da razão como hordas errantes
Avolumam-se no obscurecimento da memória
Apartam da luz a luz semblante da escuridão

Iluminadas, as sombras são labaredas insanas
Silhuetas esparsas de um fogo
Incêndios ocultos no corpo

É inquieta a noite que se estende num sibilar de vento infame
É débil o desígnio ocluso que se sente silêncio impronunciado
Silenciadas, as sombras arrastam-se, contraem o rosto, desabam sobre o corpo

Árdua é a crisálida do monocromo de uma lágrima
A nocturna vigília do pranto oculto das sombras

Autor : Filipe Campos Melo
Imagem :Michelle Ellis

1 comentário:

- R y k @ r d o - disse...

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Independentemente da publicação que vi, li, aplaudo e elogio, passo para desejar um FELIZ NATAL, extensivo à sua família e amigos.
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Cumprimentos natalícios
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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