quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Luto




Não fiz o luto. Não aceitei a morte.
Fiquei parada a meio da viagem.
No cais da vida, na tua bagagem.
Nada ficou que preencha ou conforte.

Não fiz o luto. Não aceitei a morte.
Fiz da tua partida uma miragem.
Ao desalento prestei a vassalagem.
Estrela morta sem roteiro, sem norte.

Não fiz o luto. Não aceitei a morte.
À doença chamei má sina, sorte.
Perdi o sonho, a crença e a coragem.

Não fiz o luto. Não aceitei a morte.
Estás comigo em pintura, em recorte.
Alma com alma, em perene mensagem.

Autor : Maria Helena Amaro 26/01/2014

1 comentário:

_ Gil António _ disse...

Poema doce e maravilhoso. Amei ler.
.
Um dia feliz