Maja Topcagic
O que dói não são as roturas, o afastamento,
a incapacidade a minar como um cancro
oculto e certeiro. O que dói não é
a pouca solidez com que se disse
esta ou aquela palavra, esta ou aquela frase;
com que se insistiu, apesar de receios vários,
na grotesca encenação do que se previa
muito aquém de qualquer futuro. O que dói
não é a viscosidade das emoções a grafar-se
em algum mapa antecipadamente condenado,
nem tão-pouco a insistência de uma insolúvel
lembrança a fugir. O que dói verdadeiramente
é acordarmos um dia e descobrirmos
que nada disso teve importância alguma.
Autor : Victor Oliveira Mateus. Gente Dois Reinos
Fafe: Editora Labirinto, 2013
p 27 ( Prefácio de Inocência Mata, Texto da Contracapa de José Ángel García Caballero).
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3 comentários:
Poema ou prosa poética?
De qualquer modo, coerente
Beijinhos
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"o que dói
é não poder apagar a tua ausência
e repetir dia a pós dia os mesmos gestos
o que dói
é o teu nome que ficou como mendigo
descoberto em cada esquina dos meus versos
o que dói
é tudo e mais aquilo que desteço
ao tecer para ti novos regressos
daniel faria"
O que doi, Beatrice, é o vazio duma vida
A solidão sem uma razão
Os fantasmas em cada canto.
Mas isso é só divagação...
Sei lá o que doi, minha Amiga.
Porém, este é um poema conseguido, na nascente doutros rios.
Um beijo, Beatrice M
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