António Macedo pintor
Já estamos em Abril, eu nem me apercebi
A hora mudou, esqueci-me de mudar os relógios
É hora de ir embora, arrumo as coisas que estão em desalinho
na secretária
Sinto que já foram todos embora
só eu ainda permaneço neste prédio
Vazio e inóspito
Lá fora a tarde está enevoada
Ao longe sinto ecos de uma música
Que parece chamar-me
Estugo o passo e sigo pela rua
Vou ao encontro dela
Vem de um piano bar
Entro
É ainda cedo e está pouca gente
O pianista de costas para mim
Toca num tom alheado sem me ver
Peço algo e fico ali a queimar tempo
Tempo
Tudo reclama dele, eu, hoje sobra-me
Tempo
Faz anos que partiste
E depois eu já não sei que faço do tempo
Este, que me resta!
Eu sei que em casa me espera a gata
E uma cama vazia
.
BeatriceMar
4 comentários:
há sempre algo mais que o vazio!
Não há camas vazias
Bjs tantos
em cada esquina da cidade mora a surpresa ... e o encantamento.
beijo
Deixamos de contar o tempo, e passamos a queimá-lo sem nexo, sem percebermos que é ele que nos queima...
Beijo :)
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