sexta-feira, 12 de novembro de 2010

DÉDALO DE BRUMAS

Só queríamos um espaço
rasgado
onde fosse possível voar
sem olhar os pássaros
um silêncio de pavio
a preto e branco
um qualquer infinito
onde cruzássemos outros timbres
e fossemos a última folha
do outono
em pleno voo


Só queríamos afagar a nudez
em todos os póros
e foi tão pouco
que ainda hoje te procuro
neste dédalo de brumas
precisamente
no lado incerto do espelho
onde me dispo.
.
Autor: mar arável http://mararavel.blogspot.com/
Foto:mAja

3 comentários:

Mar Arável disse...

Bem-vinda ao meu mar

Manuel Veiga disse...

belo poema. de um "senhor Poeta"...

Breve Leonardo disse...

[como se do silêncio, o lado inverso do poema, acontecesse a tempestade, o corpo intemporal da palavra]

um imenso abraço, Beatrice

Leonardo B.