O tempo vai passando. Vamos morrendo devagar,
subindo o rio, descansamos sob os choupos,
as vinhas escurecem com a luz do dia.
Muitas vezes, nesta altura do ano, não chega a amanhecer,
a água do rio turva rente às margens,
os areais prolongam-se, claros demais, brancos.
O tempo vai passando entre a erva,
emudece como o musgo do Outono nos pinhais,
escuta as vozes poisando mais além, entre os canais
onde a morte aguarda, serena. Amo estas árvores,
é o último recado que gostaria de deixar,
mais que as mulheres que me amaram,
ou que amei. O tempo vai passando devagar.
Autor : Francisco José Viegas
Imagem : Adam Bird
3 comentários:
Vamos morrendo devagar, é verdade.
Um abraço.
Poema lindíssimo que me fascinou ler
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Bom fim de semana … Feliz Natal. Boas festas.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
Um poema poderoso!! :))
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Na tua simplicidade de Mulher Guerreira
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Beijos, e um excelente fim de semana.
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