sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Falavam-me de amor

Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,

menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.

Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.

O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.

Autor : Natália Correia, in “O Dilúvio e a Pomba”

2 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Independentemente da publicação que, por brilhante, aplaudo e elogio, passo a fim de deixar votos de um FELIZ NATAL, extensivo à família e amigos/as.
.
Cumprimentos natalícios.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

brancas nuvens negras disse...

Grande poema, escrito por que sabia e tinha talento.
Um abraço, uma noite feliz.