o relógio da estação marcava
dezanove e quarenta
um alto e entroncado homem
sorria de um dos lados da linha
todos os dias
do outro sorria uma mulher
com os seus dezanove
e quarenta anos
a reter, os brincos da mulher
estridentes de silêncio
e as botas dele
invulgarmente mudas
a dilecção dela
eram homens pontuais
a dele mulheres
sorridentes ao silêncio
dia dezanove de um mês
invernoso
do ano de quarenta
de um lado da linha
não havia vislumbre
de mulher ou homem
e do outro
também não
Autor : Nuno Travanca
2 comentários:
Bastante interessante. Gostei de ler.
Beijos.
https://duasirmasmaduras.blogspot.com/?m=1
Uma curta e bela história em forma de poema.
Um abraço.
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