Não sei se a tua voz, ou se o murmúrio
do fim da tarde que se ouvia quase
como uma gota d'água que tombasse
em calmo lago ali alheio e mudo.
Nossos olhos retinham o crepúsculo
que lentamente audaz se aproximava
e pelo céu ainda alavam pássaros
que sulcavam as nesgas do azul.
Foi um momento singular aquele
em que os sentidos todos reunidos
apelavam ao gozo do silêncio:
um instante perene de certeza
de que era fogo aquilo que vivíamos,
que não se via: bramidor ardendo.
Autor :António Salvado
Imagem : Ilya Kisaradov
3 comentários:
Confesso a minha grande dificuldade em escrever poemas, sonetos, sem rima. Elogio e aplaudo que o saiba fazer. Gostei muito desta publicação.
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Cordiais cumprimentos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Um momento memorável registado num poema de António Salvado com a qualidade que lhe conhecemos.
Um abraço.
Poema e foto lindíssimo .
Beijinhos
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