domingo, 3 de janeiro de 2021

Muitas vezes

Muitas vezes, pergunto-me se há lucidez 
Quando a água cai em grossas bátegas sobre a areia da praia 
Percorre-a 
E faz sulcos que parecem regos 
Como na humildade da terra fértil 
E pronta para a sementeira 

Chove muito esta noite 
Talvez a escuridão seja a dúvida 
Da resiliência que eu quero ter 

E deixo que o mar me veja 
E me ensombre o desassossego de falar-te 

Restituo-te a voz 
Para que ela nunca deixar 
Que em circunstância alguma 
O silêncio a destrua 

Autor : BeatriceM 2021-01-02
Ben Maclean

2 comentários:

brancas nuvens negras disse...

A chuva como elemento triste quando já se está triste.

" R y k @ r d o " disse...

A chuva nem sempre é triste. Depende apenas da forma que a queremos receber e entender. Belo poema
.
Feliz ano de 2021
Cumprimentos poéticos.