domingo, 6 de dezembro de 2020

Desisto


Vou na ambiguidade de encontrar o que me agita, no sentir e no jeito que me faz ser assim,como sou.

Ave em corpo de mulher, que voa e não sai de onde está, que espera merecer uma compensação para merecer asas  para o voo ser leve e integro.

Vou para longe do meu lugar de conchego. Vou para a cabana perto do rio. Aquela a que chamo casa.

Talvez o oxigénio seja mais puro, talvez me lave das impurezas que não quero para mim.

Desisto da dor, da prisão e da lassidão.

Se não voltar, não terá nenhum problema.

Menos uma porta por abrir , onde ate as janelas

Já não existem carcomidas pela salubridade

Será menos um número mecanógrafo

De alguma estatística não concluída

 

Se voltar!

Voltarei quebrada, ou resgatada,

Mas, nunca derrotada.


Autor : BeatriceM 2020-12-05

Foto: Patrizia Burra

 

4 comentários:

brancas nuvens negras disse...

Voltar também é um acto nobre.

BeatriceMar disse...

brancas nuvens negras

obrigada, por entender a mensagem.

bom domingo!

" R y k @ r d o " disse...

Ir e volta4r, eis a questão. Lindo de ler. A imagem é sublime

Saudações

Mário Margaride disse...

Belíssimo poema! Onde os sentidos e as emoções, se entrelaçam, num universo de cumplicidade.
Boa semana!
Beijinhos!