Há um país antigo que se abriga em mim
um país de que não me lembro
senão de mim menina, uma língua
de sol e água que se cola à minha pele,
obstinadamente quer ser tempo em mim,
quer ser boca, procura a abertura,
escorre entre as fendas da memória,
como um pássaro de asas partidas.
Há um país que se abriga em mim
e eu procuro a voz do vento que o cante,
nessa harpa fria que é memória minha.
Autor : Maria João Cantinho
Foto: Kindra Nikole
2 comentários:
As marcas, os vestígios das raízes, a voz da memória.
Foto e poema lindíssimos
Boim fim de semana
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