Demorei-me muito tempo ao pé de ti.
As portas fechadas por dentro, como se encerrasses
o amor e a lei. Demorei-me demais. Ao fim da tarde,
nesse mesmo dia que já morreu,
olhámo-nos devagar, mas distraídos. Diria até que anoiteceu.
Nunca falámos do amor que chega tarde.
Nem o interpelámos (como se já não pudesse
ter nome). Fingia ter esquecido o teu corpo
nas muralhas. Nas areias.
Vês aqui alguma figura? Ninguém vê.
Repara no ponto preto que alastra na margem do quadro,
nas minhas lágrimas desse tempo.
Relê.
Autor : Luís Filipe Castro Mendes
Imagem :Eric Wallis
3 comentários:
Tela e poema deslumbrantes que muito gostei de ver e ler
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Feliz fim de semana … Saudações poéticas
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Lugares e pessoas que talvez nunca se devessem ter cruzado na nossa vida.
Poema fascinante. Parabéns e obrigada pela partilha!!
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Fragilidades...
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Beijos. Bom fim de semana.
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