sábado, 14 de janeiro de 2023

De Esquecer

 

Demorei-me muito tempo ao pé de ti.
As portas fechadas por dentro, como se encerrasses
o amor e a lei. Demorei-me demais. Ao fim da tarde,
nesse mesmo dia que já morreu,
olhámo-nos devagar, mas distraídos. Diria até que anoiteceu.

Nunca falámos do amor que chega tarde.
Nem o interpelámos (como se já não pudesse
ter nome). Fingia ter esquecido o teu corpo
nas muralhas. Nas areias.

Vês aqui alguma figura? Ninguém vê.
Repara no ponto preto que alastra na margem do quadro,
nas minhas lágrimas desse tempo.
Relê.

Autor : Luís Filipe Castro Mendes
Imagem :Eric Wallis

3 comentários:

  1. Tela e poema deslumbrantes que muito gostei de ver e ler
    .
    Feliz fim de semana … Saudações poéticas
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  2. Lugares e pessoas que talvez nunca se devessem ter cruzado na nossa vida.

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  3. Poema fascinante. Parabéns e obrigada pela partilha!!
    .
    Fragilidades...
    .
    Beijos. Bom fim de semana.

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Agradeço muito o feedback .
Mas, não comente se não leu, e por favor não deixe copy-paste.
Saudações Poéticas e que a Poesia viva sempre entre nós.
Muito obrigada!