A pele por fulgurantes
instantes muitas vezes abre-se até onde
seria impensável que exercesse
com tão grande rigor o seu domínio.
Não temos então dela senão rápidas
visões, onde os reclames
do coração se cruzam, solitários
e agrestes, reflectidos
por trás nos ossos empedrados.
Em certas posições vêem-se as cordas
do nosso espírito esticadas num terraço.
A roupa dói-nos porque, embora
nos cubra a pele, é dentro
do espírito que estão os tecidos amarrados.
Autor : Luís Miguel Nava, in 'O Céu Sob as Entranhas'
Imagem :Ilya Kisaradov
3 comentários:
Lindíssimo de ler.
Cumprimentos poéticos
Parabéns. Gostei muito do poema!! :))
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A vida são finos instantes que se aproveitam
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Bom Ano, e uma excelente tarde!
Adorei ler.beijinhos e uma boa noite
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