terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Epígrafe


Se algum dia alguém chegar a ler
este dizer agreste,
provavelmente pensará: que pálida lanterna;
não é deste metal que a luz é feita.

Calma. Pois não.

Mas quem assiduamente
visita os desvãos onde a noite se acoita
não precisa de mais que o clarão desta treva,
desta cegueira sem cão e sem bengala,
para no escuro rasgar o seu caminho
e nele ir progredindo às arrecuas.

Autor : A.M.Pires Cabral
Imagem : Duong Quoc

2 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Intenso, profundo, fascinante de ver (foto) e ler.
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Boa semana …Saudações cordiais.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Cidália Ferreira disse...

Um poema muito bonito!! :)
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A vida segue pelas veredas do destino

Beijos, e uma excelente semana.