sexta-feira, 29 de setembro de 2023

É tarde meu amor


É tarde, meu amor
É muito tarde.
O tempo implacável me consome
E destrói o vigor do corpo moço:
Apagou o fulgor do meu olhar
Roubou a altivez do seio cheio
Secou o rio manso do meu ventre
Cobriu de pergaminho a minha mão
É tarde, muito tarde
Mas… por dentro
Ainda bate, por ti, o coração.

Aurora Augusta Figueiredo de Carvalho Homem, que usou os pseudónimos literários de Maria Aurora e de Maria Aurora Carvalho Homem, nasceu em Sátão (Viseu), 13 de novembro de 1937 - m. no Funchal, 11 de junho de 2010.

(in Discurso Amoroso, Porto 2006)

Imagem :Adam Bird

2 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

.Super agradável de ver e ler.
Feliz fim de semana.
.
Pensamentos e devaneios poéticos
.

brancas nuvens negras disse...

Gostei muitíssimo deste poema. Senti-o... é já muito tarde para alguns de nós.
Um abraço.