Deixo-me ir como se fosse um regato infinito de vida.
Minhas mãos sobre a tua nudez de alma.
É algo tão sublime que sobrepõe mesmo o amor!
Moveram-se as algemas e soltaram-se as palavras,
Aquelas que falam de ti!
Revoltadas as letras saltam desenfreadamente,
E desaparecem as palavras que encerram tristeza e solidão!
Cravei uma flecha na sombra do passado.
Abri meu sentir para poder ouvir o silêncio que vem de mim.
Não tenho nome para a tua essência...
Mas no mistério da noite está lá a tua presença!
Sinto-te segurar meus braços, como numa breve despedida.
Para não perder a melodia de meus poemas.
Deixo-me deslizar de mansinho no leito,
Misturando meus sentimentos com o murmúrio da água
Batida nas lages e caindo em catadupa
Estilhaçando o calor do nosso amor, por todo o lado!
Mas agora só falarei contigo dentro de mim,
Sem pranto, nem angústia.
Autor : Maria Helena Quartas
in O Melhor De Mim
Imagem : amy spanos
1 comentário:
A angústia de certas memórias.
Enviar um comentário