terça-feira, 23 de agosto de 2022

anoitece-me



anoitece-me
o poema
na rosa vermelha
de sangue.
já não voa,
já não sonha:
tem o ar
preso na asa.
que hei-de fazer
agora,
com esta flor
esquecida?
guardá-la em livro
não lido
seria
poema branco
perdido.
já sei: vou pingá-lo
pouco a pouco
no caminho que terei.

Autor : LuísM Castanheira

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