quinta-feira, 9 de setembro de 2021

quando eu morrer

Quando eu morrer
não me dêem rosas
mas ventos.

Quero as ânsias do mar
quero beber a espuma branca
duma onda a quebrar
e vogar.

Ah, a rosa dos ventos
a correrem na ponta dos meus dedos
a correrem, a correrem sem parar.
Onda sobre onda infinita como o mar
como o mar inquieto
num jeito
de nunca mais parar.

Por isso eu quero o mar.
Morrer, ficar quieto,
não.
Oh, sentir sempre no peito
o tumulto do mundo
da vida e de mim.

E eu e o mundo.
E a vida. Oh mar,
o meu coração
fica para ti.
Para ter a ilusão
de nunca mais parar.

Autor : Alexandre Dáskalos
Imagem : David Baron

3 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Um poema muito poderoso!! Gostei :)
.
Escrever, é falar em silêncio
.
Beijos. Votos de um bom dia!

" R y k @ r d o " disse...

Foto muito original com um poema que emociona. Eu, quando morrer, não quero nada. Quero sim... em vida.
.
Cumprimentos poéticos
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

brancas nuvens negras disse...

Afinal, morrer como se continuasse vivo.