quarta-feira, 1 de setembro de 2021

O Avesso dos Olhos

 


A Luís Miguel Nava in memoriam

A janela da noite abre-se aos sonhos
com desejos de manhã e não de morte.
Um poema traz consigo um colar de vieiras
como nas lendas nocturnas.
O poeta entra no espelho
como quem entra em si.
Estagna, retrocede, chora
e abriga-se dos temores.
Emudece e pousa na moldura
o que lhe sobrou do adolescente rosto.
O caos corre como água
no avesso dos seus olhos.
As aves que lhe saem pelo coração.

Autor Lília Tavares
Imagem : Brian Oldham

3 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Mais um excelente poema! :))
--
Tens a doçura que ninguém domina
.
Beijo, e um excelente dia.

" R y k @ r d o " disse...

Foto e poema, lindíssimos
.
Cordiais cumprimentos
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

brancas nuvens negras disse...

Associo-me à homenagem.