sexta-feira, 4 de junho de 2021

Fio de Olhar

E aquele olhar seguiu-me.
Era curto o caminho, um corredor, uma porta.
Olhar curioso.
Vale uma parábola?
Uma mulher andando, um homem olhando.
Mais nada?
Mais nada.

E lá ficou o corredor e a porta.
E a mulher...
Sou eu.
Não valia mais que um olhar, embora curioso e
gracioso.
O homem...
Lá está, estará, interrogativo a olhar uma e outra
que passam.

Aquele olhar, aquele olhar!
Queria-o... como uma coisa que se agarra e que
se possui.
Mas para quê e como?
Fio de olhar, pura curiosidade.
Não é disparate lembrá-lo e tê-lo até notado?
.
 Autor : Irene Lisboa Volume I, Poesia I: um dia e outro dia.../ outono havias de vir. Lisboa: Editorial Presença, 1991, p 304 (Organização: Profª Paula Morão).
Imagem : Xénia Lau

3 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Existem olhares que dizem mais que mil palavras.
.
Votos de um dia feliz
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

brancas nuvens negras disse...

Poema de um devaneio.

Cidália Ferreira disse...

Tão bonito!! :)
-
Um excelente fim de semana.
Beijos