sexta-feira, 25 de junho de 2021

Conclusão


Fui amante da morte
e da beleza. Vi a loucura,
acreditei na vida.
Da infância falei
como lugar de abismo.
O prazer
foi também a grande fonte
de perturbação e alegria.
Lembrei mulheres
que recusaram submeter-se,
escrevi palavras fúnebres.

Não poupei a adolescência,
o coração magoado
e não soube que fazer
de mim fora das palavras.
Escrevi para desistir
e depender
e ter identidade.

Autor  : Isabel de Sá in “Repetir o Poema”, 
Imagem : Magdalena Russocka

1 comentário:

Cidália Ferreira disse...

Um poema instigante. Intenso...Amei!:)
.
Sonhei ser o calafrio do momento ...
.
Beijos, e um excelente fim de semana..