sábado, 13 de março de 2021

deram-me um espelho onde me queimei


deram-me um espelho onde me queimei
integral e semente
 
atravessava vultos corredores do tempo
mas só a sede me vivia

a criança que corre pelo outono
só deseja a morte
gosto de areia é a memória
vai cegando de coisas irreais
famílias de divisas actos de passagem

um rosto devorado pelas invasões
com a sede a diluir-lhe o corpo
cadáver absoluto nas vizinhanças da
dor que Deus doía

Autor : Pedro Sena-Lino In "deste lado da morte ninguém responde",
Imagem : Brian Oldham

1 comentário:

" R y k @ r d o " disse...

Maravilhosos e fascinante de ler
.
Feliz fim de semana.
Cuide-se
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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