restam as verrugas dos ciclos de mares laborais
nas danças da azáfama esquecida
searas ricas de cantos produtivos de fomes desejadas
sopros de velas que enchiam celeiros abertos
pós de fainas nunca encenadas ou lavores falseados...
até que a mordaça afundou a coragem morena
nos estios de campos respirados e apaziguadores
e as palavras suaram nas prisões talhantes de vidas
em lutos impossíveis de tempos infindáveis...
um dia gritaram-se lezírias de esperanças
nasceram choros em ruas cheias de moagens puras
brindes fugazes de banhos ébrios e causas naturais
as sílabas gaguejaram de novo em sussurros vândalos
onde a fome e o esbulho pagam as dívidas tiranas
Autor: José Luís Outono - 2016
in Três Mares
Imagem: Tullius Heuer
2 comentários:
Uma forma, poética de falar dos espinhos da vida.
O Poema é muito bonito mas a imagem supera todo e qualquer poema. Lindíssima.
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Saudações poéticas
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