quarta-feira, 15 de maio de 2024

Poema sem verbos

 


Manhã azul cinzenta, levemente baça,
de Primavera.
As mimosas suspensas – amarelos ausentes.
Flores tímidas, promessas de arco-íris.
Pássaros silenciosos, simples traços de carvão,
asas de papel.

Crianças. Muitas crianças. Sorrisos, claro.
Não sorrisos claros – nem sequer em fuga.
Sorrisos de estátua nos meus olhos. Só nos meus olhos.
Olhos sem vento sem sol sem sonhos sem beijos.

Poema sem verbos – morto.

Autor : Sandra Costa
Imagem : Ashraful Arefin

1 comentário:

" R y k @ r d o " disse...

Simplesmente brilhante
Cumprimentos poéticos