Eu que cheguei a ter essa alegria
de junto ao meu possuir teu coração!
Eu que julgava eterna a duração
do voluptuoso amor que nos unia,
sou ‒ apagada a última ilusão,
morto o deslumbramento em que vivia,
‒ um cego que ao lembrar a luz do dia
sente mais negra ainda a escuridão.
Tu me deste a ventura mais perfeita,
perdi-a e dei-te a chama insatisfeita
dessa imensa paixão com que te quis…
Hoje, o que eu sinto, inútil, revoltada,
não é mágoa de ser desgraçada,
‒ é pena de ter sido tão feliz.
Autor : Virginia Vitorino
imagem Erica Hopper
3 comentários:
Soneto lindíssimo que me fascinou o ego, ao ler
.
Saudações poéticas.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Poema lindíssimo, simplesmente emocionante com uma linda história de amor.
Beijinhos e uma boa semana.
Muito belo
O poema leva-nos a um tempo
onde se foi feliz...sem o saber.
Um abraço, B
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