Gosto das noites frias de inverno
quando não estás. Escuto
canções de homens cansados de cantar
e vejo como a solidão
se dispersa no fogo lento da lareira.
Ou releio poemas que me falam das águas
do coração e das suas marés,
amontoo pratos e talheres no lava-loiça,
abro a última garrafa
de um vinho precioso.
Nas outras noites de inverno,
quando estás, nada de semelhante acontece.
A casa mantém-se sóbria, silenciosa,
perplexa. Por isso, desligo as luzes
e ponho-me a seguir os traços
contínuos do teu rosto no escuro,
depois da morte de deus
parece impossível mas a luz irrompe ainda
onde nenhum sol brilha.
Autor : Luís Filipe Parrado
Imagem : christiane vleugels
5 comentários:
Confesso que gosto mais das noites quentes de verão. Mas gostei da imagem e do poema que... me fez sentir quente embora seja frio.
Cumprimentos
Maravilhoso poema, como sempre! :))
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Procuro as ondas de qualquer olhar
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Beijo e uma tarde feliz!
Esse é um prazer ao contrário. Existe, sim.
Um abraço.
Poema lindíssimo.
Beijinhos
Eu gosto das noites de inverno, daquelas junto à lareira, com um bom livro, uma bebida quente. Às vezes a companhia não é necessária, quando aprendemos a confraternizar na nossa solitude.
Um beijinho
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