agora nada existe para além dela
senão, móveis silenciosos
por vezes com réstias de pó.
E eu não oiço a tua voz rouca
a perguntar:
-Miúda és tu?
A chuva introduziu-se na janela
que deixei entreaberta
e eu olho que o chão está molhado
e respondo alto para mim mesma.
-Sim, sou eu!
Já cheguei!
E não penso em mais nada,
excepto que tenho mais uma noite pela frente
e a noite é longa, tão longa
com seus fantasmas e memórias.
Estendo o meu corpo esgotado sobre a cama
e estendo a saudade da tua presença.
Autor : BeatriceM 2020-10-04
Imagem :Ruslan Bolgov
1 comentário:
A memória como companhia na solidão. Gostei do poema.
Boa Noite.
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