Na linha rubra do horizonte, a serra,
como um monstro, adormecido,
tem o ar repousado e indefinido
de quem dorme há mil anos sobre a terra!
O arvoredo, os braços nus descerra
para o azul, já frio e diluído –
curvado o tronco negro e carcomido
rezando pelo sol que se desterra…
Ao longe os corvos, velhos e palreiros,
lá andam a contar pelos outeiros
feitiços de gigantes encantados!...
E o vento desvairado em seu fragor
vai pelos montes, repetindo a dor,
dos que andam pela vida, desgarrados.
Autor : Judith Teixeira outubro 1922
castelo de sombras 1923
3 comentários:
Tanto a foto como o poema são de uma textura poética maravilhosa.
.
Abraço
Poemas de uma mulher avançada para o seu tempo. Boa escolha.
Gostei muito do espaço.
Dos poemas e das fotografias.
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