Alguém diz com lentidão:
“Lisboa, sabes…”
Eu sei. É uma rapariga
descalça e leve,
um vento súbito e claro
nos cabelos,
algumas rugas finas
a espreitar-lhe os olhos,
a solidão aberta
nos lábios e nos dedos,
descendo degraus
e degraus e degraus até ao rio.Eu sei. E tu, sabias?
Autor : Eugénio de Andrade
in Até Amanhã, 1956
Eugénio de Andrade (Póvoa de Atalaia, Fundão , 19/01/1923 – Porto, 13/06/2005)
Pseudónimo de José Fontinhas.
Poeta de renome internacional, tradutor, prosador, autor de literatura infantil, antologista, detentor de diversos prémios literários, nomeadamente o Prémio Camões em 2001.
1 comentário:
E diz com exatidão:
Esta é a linda Lisboa!
Essa que assenta a coroa
Com a circunspecção
Da modéstia que, então,
Corresponde à pessoa
Sensata que não à toa
Sabe ter educação,
Compostura e a linha
De majestade - a rainha
Humilde mas soberana.
Lisboa é à Terrinha
A luz, que mesmo sozinha
Ilumina a humanidade!
Grande abraço! Laerte.
Enviar um comentário