Apagas uma palavra como o vendo árido a pegada.
Sem piedade, limpas do branco o balbucio ténue
como quem arranca do chão a erva daninha.
Fica entre os dedos um cheiro a terra fresca., húmida
e fértil.
Lavrador de música, pegas noutra.
Esperas que nesse passe um barco, os cântaros se encham
de vinho para a festa, ou uma maçã amadureça
nos tristes galhos do inverno.
Nunca sabes: as palavras são bailarinas imprevisíveis,
ou te levam para um campo de águas bravas
ou fogem de ti rindo, por seres tão pobre.
Autor : Eduardo Bettencourt Pinto
Imagem : Karrah Kobus
1 comentário:
Quando as palavras tomam conta da nossa imaginação.
Um abraço.
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