sábado, 23 de outubro de 2021

Em um retrato

 

De sob o cômoro quadrangular
Da terra fresca que me há-de inumar,

E depois de já muito ter chovido,
Quando a erva alastrar com o olvido,

Ainda, amigo, o mesmo meu olhar
Há-de ir humilde, atravessando o mar,

Envolver-te de preito enternecido,
Como o de um pobre cão agradecido.

Autor : Camilo Pessanha
Imagem : Viktoria Haack

3 comentários:

brancas nuvens negras disse...

Extraordinário poema, curto mas terno, cheio de significado.
Um abraço.

" R y k @ r d o " disse...

Foto e poema... BRILHANTES.
.
Cumprimentos poéticos … bom fim de semana.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Cidália Ferreira disse...

Que maravilha de publicação!! :)
-
Tento esquecer de quem não me merece
-
Beijos e um excelente fim de semana!