terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Desespero

 

É sempre inverno aqui,
nas páginas deste caderno com três folhas de
trevo.

O galo canta, nos meus baldios.
Despertam os sonhadores e os cães.

Um homem caminha,
com um fardo de erva e canas, na direcção das
montanhas.
Uma densa nuvem cresce,
pouco a pouco,
sobre as campas lavadas pela chuva, onde ele
se deita,
voltado para baixo.

E eu, que vejo tudo isto,
não encontro as palavras certas para o desespero.

Autor : José Agostinho Baptista
 in " Filho Pródigo "

4 comentários:

brancas nuvens negras disse...

Um poema de grande qualidade. Bom Dia

" R y k @ r d o " disse...


Um poema lindíssimo de ler. A pedir profunda reflexão sobre os acontecimentos da vida.
.
Saudação poética
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Mário Margaride disse...

Fantástico poema! Um diambular lírico, pelas entranhas do mais intenso sentir.
Gostei muito!
Beijinhos e boa semana!

Cidália Ferreira disse...

O poema é lindo, mas a imagem é soberba!! :)

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Vagueiam sonhos da minha ilusão
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Beijo e um bom dia (de carnaval, em casa)!